Catedral do Inicio

De inicio se sentia meio adormecido, sem saber onde estava, nem como foi parar ali. Subitamente vieram suas ultimas memórias do guerreiro avançando e o perfurando com a espada. Levou as mãos ao peito procurando o ferimento, mas não encontrou nem sinal do ferimento. Olhou assustado para todos os lados tentando reconhecer onde estava e notou que tudo era familiar, parecia que estava na rua onde mora... Andou um pouco indo onde deveria estar sua casa, mas notou que a loja de conveniências ali perto estava um pouco diferente, estava sem o toldo bonito e o piso da calçada estava diferente. Quando se seu reflexo no vidro do estabelecimento reparou que voltara a ter 11 anos. Levou as mãos retorcidas ao rosto e começou a rir em desespero. Estaria ele delirando em seus últimos momentos de vida? Depois de algum tempo se acalmou, talvez estivesse em coma e houvesse alguma forma de acordar.

Caminhou até chegar em casa, a encontrando vazia. Era exatamente como suas memórias de infância. Cada vez mais tudo aquilo parecia um sonho. Se sentou ao piano e tentou tocar uma das primeiras musicas que aprendeu, percebeu que não lembrava o nome e nem a melodia. Era como se a memória simplesmente fosse arrancada de sua mente. Lembrou que treinava muito, porém nunca foi um gênio. Colocara na cabeça que seria pianista mesmo sem ter muito talento. Ficou chateado quando seu pai disse que ele não podia pagar por um professor, já que sua mãe era apenas uma amadora com anos de falta de pratica. Lembrou da briga que seus pais tiveram por conta disso...

Abaixou a cabeça com os olhos vazios olhando as teclas. No fundo sempre foi apenas um garoto mimado, preocupado demais com seus próprios interesses para entender sua família. Se arriscou com o guerreiro por não confiar realmente em ninguém. Talvez, se continuasse a dar apoio aos aventureiros, tudo houvesse terminado melhor para todos...

Então foi levado ao mar, logo notando que era o servidor que recriava a lua. Havia um mar que parecia feito de água brilhante, todavia quando algo brilhante saiu de sua cabeça e ficou no ar indo parar no oceano. Tudo parecia estranho demais para ser entendido. Não sabia de nenhum player que tivesse morrido antes, estava navegando por mares desconhecidos. Acima de tudo, se sentia um lixo de pessoa, alem de ser fraco, frágil e idiota. Estava ali confrontando a sua própria imagem no espelho. Notou que seu peito parecia vazio desde que algo foi arrancado, seja lá o que fosse.

Então brilhou e sumiu.

Quando notou estava em cima do altar da catedral de Elder Tales. Olhou o perímetro abestalhado com a beleza e grandiosidade da construção vista pessoalmente.

-- Entendo... -- Falou olhando para as próprias mãos com olhos vazios.

Abaixou a cabeça e ficou ali em completo silêncio, se dando o direito de demonstrar um pouco de fraqueza já que ninguém estava olhando